sexta-feira, março 28, 2008

Como será?


Vivo num país à beira da ruptura. As recentes notícias revelam o que de mais negro e sombrio temos estado a construir enquanto sociedade, civilizada, no limiar do século XXI. O que, ao longo de muitas gerações, foi sendo conquistado, de liberdade, de solidariedade, de tudo aquilo que consideramos os inalienáveis direitos do ser humano, aparenta ruir, como um frágil castelo de areia, frente a uma implacável onda de individualismo, de ganância, de desprezo cruel pelos valores do outro, meu semelhante.

Que dizer da solidão avassaladora, que nos enche o peito, num tempo em que estar com o mundo é tão fácil quanto pressionar um simples botão. Tenho de me isolar para estar em contacto com o mundo!

O mundo! Nunca foi tão vasto, de horizontes tão largos; nunca foi tão gritante a pobreza dos homens, porque se vê!

Nunca foi tão triste a miséria dos muitos, porque se compara com a obscenidade do luxo dos poucos.

Será que somo mesmo filhos do que roubou a caça aos outros dois que, tendo-a apanhado, a partilhavam? Se assim é, será que temos futuro?

É uma questão interessante!


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